Motor de 150 cm³ continuou carburado e com desempenho modesto. Modelo é ideal para quem quer rodar na cidade com economia e estilo custom |
Seguindo a crença de que “em time que está ganhando não se mexe”, as mudanças no modelo foram apenas visuais. As rodas de liga-leve de cinco raios foram substituídas por outras de dez raios, porém agora na cor preta e com detalhes cromados. O escapamento segue o mesmo estilo, preto com detalhe cromado.
No restante, a Kansas 2011 manteve as qualidades que fazem dela o quarto modelo mais vendido da linha Dafra. Estilo diferenciado, bom acabamento e muitos cromados. Sem falar nos diversos itens interessantes de série, como freio a disco, partida elétrica, bagageiro e suporte da pedaleira da garupa fixado ao quadro.
Destacam-se ainda os comandos completos, com lampejador de farol, buzina, piscas e afogador no punho esquerdo, além de botão de partida, botão corta corrente e para ligar ou desligar o farol no punho direito. O painel em dois níveis traz um mostrador analógico com velocímetro, dois hodômetros e luzes de advertência sobre a mesa de direção; completado por um indicador de marchas posicionado sobre o tanque junto ao bocal. Sente-se falta de um marcador de combustível ou mesmo de uma luz de reserva. Em vez disso a Kansas traz apenas a boa e velha torneirinha de gasolina.
FICHA TÉCNICA: Dafra Kansas 150
Motor: | OHV (Over Head Valve), 149,4 cm³, quatro tempos, monocilíndrico, refrigeração a ar. | ||||||
Potência máxima: | 13,1 cv a 8.400 rpm. | ||||||
Torque máximo: | 1,13 kgf.m a 7.100 rpm. | ||||||
Câmbio: | Cinco velocidades, com transmissão final por corrente. | ||||||
Suspensão: | Dianteira com garfo telescópico, com 130 mm de curso. Traseira bichoque, com 110 mm de curso. | ||||||
Freios: | Dianteiro com disco simples. Traseiro a tambor. | ||||||
Pneus: | 2,75 -- R18 -- Pirelli -- City Demon (dianteiro)/ 3,50 -- R16 -- Pirelli -- City Demon (traseiro). | ||||||
Dimensões: | 2.070 mm (comprimento), 1.140 mm (largura), 1.110 mm (altura); 840 mm (entre-eixos); 860 mm (altura do assento); 170 mm (altura mínima do solo). | ||||||
Capacidade do tanque: | 8 litros. | ||||||
Peso: | 123 kg em ordem de marcha. |
DESEMPENHO
A motorização da Kansas foi mantida no modelo 2011: motor monocilíndrico de 149,4 cm³, OHV com refrigeração a ar. A Dafra não alterou nem mesmo a alimentação feita pelo ultrapassado carburador. Com isso o desempenho é modesto: 13,1 cavalos de potência máxima a 8.400 rpm e torque máximo de 1,13 kgfm a 7.100 rpm.
Como acontece em outros motores de baixa capacidade cúbica, a Kansas 150 é um pouco “xoxa” em baixas rotações, mas melhora consideravelmente conforme os giros crescem. Chega a até 110 km/h no velocímetro, porém tem dificuldade para manter essa velocidade em subidas, culpa do baixo torque do motor. Em resumo, o motor da Kansas 150 se sente em casa mesmo na cidade, mas até encara uma viagem curta se o motociclista for paciente para rodar a uma velocidade média de 90 km/h.
Por outro lado, o desempenho contido resulta em baixo consumo de combustível. Circulando somente em estradas, a Kansas rodou em média 35 km/litro; já na cidade o número caiu para 33 km/litro. O que, levando-se em conta o tanque com capacidade para oito litros, resulta em uma autonomia de pouco mais de 250 km.
Equipada com transmissão final por corrente, a Kansas tem câmbio de cinco velocidades. Para compensar a falta de força em baixas rotações, as duas primeiras marchas são bastante curtas. Os engates para subir as marchas se mostraram suaves, porém o mesmo não pode ser dito das reduções. Em alguns momentos o câmbio passava a sensação de ser muito duro e a marcha não engatava com facilidade. Vale dizer que dois fatores podem influenciar negativamente nessa impressão: a unidade testada tinha apenas 300 km rodados, portanto não estava devidamente amaciada; e a temperatura nesse início de fevereiro girava em torno de 30°C em São Paulo, o que torna o óleo menos viscoso, podendo comprometer o funcionamento da caixa de marchas.
CICLÍSTICA
O baixo peso -- 123 kg em ordem de marcha -- é outro ponto positivo para a Dafra Kansas 150. Bastante leve, é fácil realizar manobras em baixa velocidade com o modelo custom e até mesmo motociclistas menos experientes se sentem à vontade com o banco a apenas 86 cm do solo.
Equipada com garfo telescópico convencional da marca Showa, na dianteira, e sistema bichoque, na traseira, a Kansas busca privilegiar o conforto do motociclista, bem ao estilo custom, vale ressaltar. Portanto, em rodovias bem pavimentadas o piloto segue confortável no largo banco, apesar da posição de pilotagem bastante ereta em função das pedaleiras recuadas. Mas até mesmo em ruas com pavimento desigual, o conjunto de suspensões absorveu bem as imperfeições do piso. Claro que não se trata de uma moto trail, mas para um modelo custom a Kansas se saiu bem.
Já o guidão largo resulta em mais conforto para o motociclista, mas também menos maneabilidade. Em muitos casos, as extremidades do guidão ficavam bem à altura dos espelhos retrovisores, exigindo certa habilidade para circular entre os carros. Entretanto, nada que chegasse a comprometer a agilidade da pequena custom Dafra.
A Kansas 150 traz disco de 238 mm de diâmetro e pinça de dois pistões, na dianteira; e tambor de 130 mm, na traseira. Em função de seu baixo peso, o sistema de freios é suficiente para parar o modelo com segurança. Já as novas rodas de liga-leve continuam calçadas com pneus Pirelli City Demon com câmara -- os mesmo que equipam a Honda CG 150 Titan. Ponto a favor da custom da Dafra, já que outros modelos de origem chinesa saem de fábrica com pneus de qualidade inferior.
NA CIDADE COM ESTILO
Com preço atraente, R$ 5.590, estilo diferenciado e bom nível de acabamento, a Dafra Kansas 150 é ideal para quem quer uma motocicleta urbana, mas com um visual diferenciado da maioria das motos street de baixa capacidade cúbica -- leia-se Honda CG, Yamaha YBR ou até mesmo a Dafra Speed 150. Claro que o visual custom até convida a uma viagem, mas o motor decepciona. Ao menos que você encarne o motociclista sem destino e sem pressa, a Dafra Kansas 150 é mesmo para se rodar na cidade, porém com estilo.